Introdução - Objetivos - Justificativa - Fundamentação Teórica - Metodologia

 

Fundamentação Teórica

Robótica móvel

O problema encontrado na navegação autônoma de veículos decorre da constante necessidade de tratamento de cada situação específica, permitindo que o veículo navegue pelo ambiente em segurança, evitando a colisão com obstáculos, até alcançar uma ou mais posições pré-estabelecidas no ambiente. O desenvolvimento de sistemas autônomos torna-se mais complexo a medida que o modelo do mundo cresce. Para a interação de um robô em ambientes reais, o sistema deve ser capaz de contornar situações imprevistas e adaptar-se às mudanças. Existem duas abordagens para a navegação autônoma: abordagem baseada em modelos ou planificada e abordagem baseada em sensores ou reativa. As abordagens baseadas em modelos utilizam um modelo do ambiente ou mundo, no qual o veículo se encontra, para definir uma trajetória em direção à posição final preestabelecida (alvo), evitando obstáculos. Esta abordagem permite que o veículo navegue em segurança de uma posição inicial até uma posição final e é geralmente utilizada em ambientes estáticos.

As abordagens baseadas em sensores utilizam medições realizadas no ambiente para determinar o próximo movimento do veículo em direção ao alvo. A vantagem desta abordagem decorre da viabilidade de sua aplicação em ambientes dinâmicos e desconhecidos, contudo, a imprevisibilidade do ambiente é um fator a ser considerado. Estas duas abordagens podem ser combinadas em abordagens híbridas, como exemplo citam-se: Pré-mapeamento - Um mapa do ambiente é inicialmente criado e o planejamento da trajetória é feito com base neste mapa . Durante a execução da trajetória, os sensores são utilizados para o desvio de obstáculos dinâmicos que possam ser encontrados. Criação do mapa em tempo de execução (Map Building) - Inicialmente o robô interage com o ambiente e armazena informações referentes aos obstáculos que encontra. A cada iteração o robô reconstroi o mapa e melhora seu planejamento de trajetória. O uso de abordagens híbridas tem-se apresentado como uma alternativa viável e bem sucedida para o desenvolvimento de sistemas de controle de veículos autônomos, tornando-os capazes de realizar tarefas de forma eficiente sem que as imprevisibilidades do ambiente prejudiquem sua execução.

Agentes Autônomos

Atualmente não existe uma definição para agente aceita por toda a comunidade de IAD. Uma definição genérica foi proposta por Ferber [FG91]: `"Um agente é uma entidade real, ou virtual, imersa em um dado ambiente onde ela pode tomar algumas ações, estar habilitada para perceber e representar parcialmente este ambiente, podendo ainda comunicar-se com os demais agentes do ambiente. Este agente apresenta um comportamento autônomo que é uma conseqüência de suas observações, do conhecimento armazenado e das interações com os demais agentes do ambiente''. Os agentes reativos são baseados em modelos de organização biológica ou etológica, como por exemplo as colméias, as sociedades de formigas ou de cupins. Embora o comportamento de uma formiga isoladamente não possa ser considerado inteligente, o formigueiro é um exemplo claro de uma comunidade inteligente, uma vez que existe uma atividade coletiva de busca de alimentos e uma posterior estocagem, a reprodução é organizada apresentando berçários, enfermeiras etc. O modelo de funcionamento de um Agente Reativo é o de Estímulo-Resposta. Geralmente esses agentes não apresentam uma memória das ações tomadas e também não planejam suas ações futuras. Todo o conhecimento a respeito das ações e do comportamento dos demais membros da sociedade é percebido através das modificações sofridas pelo ambiente. Esses agentes não possuem um modelo de comunicação de alto nível, nem uma representação explícita do ambiente ou dos membros da sociedade. As sociedades de agentes reativos, em geral, são numerosas, podendo apresentar milhares de membros em uma mesma comunidade. Existem diversos trabalhos na literatura sobre SMA baseados em agentes reativos, por exemplo: a arquitetura de subsunção de Brooks [Bro86], o modelo PACO [Dem93], entre outros. Os agentes cognitivos são baseados nos modelos de organização social, de sociedades humanas: grupos, hierarquias, mercados etc. Esses Agentes Cognitivos possuem uma representação explícita do ambiente e dos membros da comunidade e podem raciocinar sobre as ações tomadas no passado e planejar as futuras ações. Os Agentes Cognitivos podem ainda interagir com os demais membros da comunidade através de linguagens e protocolos de comunicação complexos, estratégias sofisticadas de negociação etc. Esses agentes normalmente apresentam elevada complexidade computacional e caracterizam-se por apresentar um comportamento inteligente tanto em uma Comunidade de Agentes quanto isoladamente. Estas comunidades geralmente são compostas por um pequeno número de participantes. Os agentes autônomos possuem um alto grau de determinação, eles podem decidir por motivações próprias, quando e sob que condições suas ações devem ser tomadas. Em muitos casos estes agentes precisam interagir com outros agentes autônomos para atingir seus objetivos, por não possuirem habilidades ou recursos suficientes para solucionar seus problemas sozinhos ou ainda pela interdependência em relação a outros agentes. Os objetivos destas interações são para fazer outros agentes assumirem um determinado sentido de suas ações (como por exemplo executar um serviço em particular), modificar uma linha de ação planejada, ou ainda atingir um acordo sobre ações conjuntas. Uma vez que estes agentes não possuem um controle direto sobre os outros faz-se necessário utilizar uma estratégia de cooperação para aglutinar outros agentes autônomos na realização de uma dada tarefa formando assim um sistema multiagente para solução de problemas através de ação cooperativa.

Sistemas Multiagentes

Os SMA baseiam-se na idéia de Comunidade Inteligente [GB97], ou seja, um sistema cuja inteligência emerge do comportamento social da comunidade. Essa comunidade é formada por agentes autônomos, inseridos em um ambiente comum, capazes de cooperar para alcançarem uma meta global. Os membros de uma comunidade inteligente podem ser de baixa complexidade computacional, Agentes Reativos, ou extremamente complexos, Agentes Cognitivos ou Inteligentes.

Os trabalhos de pesquisa realizados nessa área concentram-se basicamente nas propriedades dos agentes, mais precisamente naquelas propriedades que os levam a cooperar com os demais membros da comunidade. Um processo de cooperação consiste basicamente em distribuir metas, planos e tarefas em uma comunidade de agentes [Cos01]. Para que haja cooperação entre uma comunidade de agentes, estes precisam saber o objetivo desse processo de cooperação e como cooperar eficientemente. Isso é atingido fornecendo-se ao agente uma meta - uma descrição de um estado do ambiente que se deseja alcançar. Baseado em um conjunto de ações que esse agente pode realizar, o agente pode construir uma variedade de planos para alcançar essa meta.O agente se compromete com o melhor plano adicionando ações requisitadas pelo plano para que ocorra uma seqüência de eventos e uma execução do plano de acordo com esse sequenciamento. A cooperação é atingida não apenas pela condução de ações individuais, mas principalmente pela execução compartilhada dos planos, assim como através de um planejamento conjunto. Para que aconteça esse tipo de cooperação entre agentes cognitivos, faz-se necessário que estes agentes possuam algumas habilidades.


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Projeto AxeBot
Universidade Salvador - UNIFACS
Núcleo de Pesquisa em Redes de Computadores
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